A era do co-investimento

Não é incomum que fundos troquem figurinhas entre si. E, disso surge o co-investimento.

Helena Ribeiro

22/7/2024

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Muito se fala sobre a bolha do Venture Capital – como, dentro do círculo de pessoas de VC, se trocam ideias, opiniões e apostas. E, enquanto tem o lado no qual já provocamos a reflexão, como a questão da diversidade ou do hype dos investimentos, também devemos reconhecer uma coisa muito importante: o quanto o VC se fortalece por sua comunidade.

É inviável criar um fundo solitário. Parte da dinâmica do Venture Capital é fundada em se fortalecer por bons relacionamentos: seja para criar pontes para futuros exits das suas investidas ou trocar figurinhas no dealflow, muitas vezes gerando uma rodada conjunta. Aliás, às vezes nem apenas fundos, mas também LPs – como family offices, investidores anjo, fundos de pensão – e private equity.

Mas, afinal, por que diversos players investem em parceria?

Podemos colocar como a razão principal a diluição de riscos entre os investidores.

Investimento em startups é uma modalidade de alto risco, que se contorna com a criação de um portfólio diversificado. Ao ter mais empresas com seu selo, a chance das bem-sucedidas gerarem retornos capazes de mitigar o impacto de falências ou downrounds é bem maior. Nas palavras do David McClure, da 500 Startups: “uma estratégia de investimento de capital de risco mais prudente seria construir o tamanho do portfólio com base no número de investimentos necessários para gerar pelo menos um grande resultado (ou cerca de 3 a 5 grandes resultados, para garantir a segurança estatística).”

Assim, investir em comunidade garante rounds mais robustos e beneficia tanto os investidores, quanto os empreendedores. Além de, claro, fortalecer a união entre as partes e gerar mais insumo de experts, uma vez que mais analistas avaliam a rodada.

A diminuição de riscos não é o único bônus de um co-investimento. Além de ser útil durante a rodada, abrindo a possibilidade de mais grandes nomes chancelarem a startup e agregarem valor, a comunidade também se mostra importante no pós-investimento – onde uma quantia maior de experts consegue prover suporte aos desafios das empresas e fomentar seu crescimento.

Outro ponto relevante é a construção (e manutenção!) de relacionamento com fundos que podem se tornar os investidores das empresas do seu portfolio: tanto para garantir que tenham liquidez e capital de giro para dar continuidade ao seu negócio, como para aumentar seus valuations. Como o foco do VC sempre fica no exit, a continuidade dessas rodadas pode implicar em maior retorno.  

Por esses motivos, se tornou cada vez mais o foco de diversas operações, chegando a ser a preferência de investimentos de quase dois terços dos LPs, segundo o Private Equity International.

Não é de se surpreender que, durante a última década, os co-investimentos mais que dobraram. Segundo a Pitchbook, a expectativa é de ainda mais crescimento, uma vez que a estratégia toma cada vez mais prioridade no portfólio de LPs, que buscam participar das rodadas.

Por aqui, o movimento é muito comemorado. Já celebramos captações com nomes como EquityRio, Kaszek e Din4mo Ventures, e planejamos seguir nesse caminho – afinal, nosso posicionamento sempre foi trazer a possibilidade do investidor PF participar do Venture Capital de fato. Vem com a gente?

Helena Ribeiro

Helena Ribeiro

https://www.linkedin.com/in/helenabribeiro

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RESPONSÁVEL PELO ARTIGO

Internacionalista, escritora e redatora, Helena trabalha no Kria há 3 anos. Semanalmente, redige a nossa newsletter, onde assina como a famosa "Le, do Kria".

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