Diploma de CEO

Como a inovação é feita? Por que em alguns lugares ela é tão mais forte que em outros?

Helena Ribeiro

22/7/2024

0

min de leitura

Essa semana, o professor Ilya Strebulaev, de Stanford, liberou um gráfico que compila o valor de exits – compreendendo abertura de capital, venda, liquidação ou encerramento das atividades comerciais – dos alumni de diferentes universidades americanas. Eles consideraram 1.100 companhias que passaram pelo VC americano e viraram unicórnios entre 1997-2021, investigando um total de 2.975 founders.

Stanford sai na frente – como esperado da criadora do Vale do Silício –, com quase U$400 bilhões de dólares em exits; enquanto isso, as outras são todas universidades prestigiadas, que lideram rankings e exibem diversos alumni notórios.

Isso nos invoca uma reflexão interessante: o quanto as universidades privadas americanas estão preparadas para fomentar o empreendedorismo e a inovação. O incentivo vai desde muitos eventos sobre empreendedorismo até ambientes de aceleração e mentoria para startups fundadas nas universidades. Com o ecossistema reunindo tanta gente interessante e interessada nas ideias que são criadas ali, e com os estudantes atingindo seu pico de foco no mercado, temos o seguinte ideograma:

Assim, entendemos que as universidades americanas conseguiram hackear esse cenário, e que o próprio Venture Capital dos Estados Unidos compreendeu. Segundo um report da Pitchbook sobre as universidades cujos alumni mais captaram investimentos em 2022, 9 das 10 primeiras estão em solo estadunidense.

Existe um dizer que eu gosto bastante: você é a média das cinco pessoas que é mais próximo de (embora, na minha opinião, esse número seja um pouquinho maior; o homem é um animal social). Na indústria de VC, onde a rede é um ativo importantíssimo, isso é cada vez mais evidente. Nessas universidades, a rede de contatos criada é extremamente potente e a chancela já é um fator positivo enquanto os fundos estão passando o pente-fino durante a seleção: muito da empresa é seu founding team, afinal.

Não podemos deixar de notar que o ranking é dominado por instituições privadas ainda. Como diria o professor Scott Galloway, as universidades estão se transformando em marcas de luxo - mas deixaremos essa provocação para um outro momento.

Para hoje, é interessante observarmos o impacto que a educação empreendedora tem no desenvolvimento de uma cultura de inovação no país. Aqui no Brasil, não queremos mais perder os nossos talentos para países de maior apoio à inovação (o Eduardo Saverin, que co-fundou o Facebook; o Henrique Dubugras, da Brex; são alguns dos exemplos de brazucas que se mudaram para estudar e empreender).

Iniciativas como a Agência de Inovação, da USP; ou a nova universidade com foco em empreendedorismo, a Inteli, fundada pelos sócios do BTG, são um caminho que podem dar mais chance da formação de uma nova geração mais empreendedora. Made in Brazil, educated in Brazil, and for Brazil.

Helena Ribeiro

Helena Ribeiro

https://www.linkedin.com/in/helenabribeiro

https://www.linkedin.com/in/helenabribeiro

RESPONSÁVEL PELO ARTIGO

Internacionalista, escritora e redatora, Helena trabalha no Kria há 3 anos. Semanalmente, redige a nossa newsletter, onde assina como a famosa "Le, do Kria".

Inscreva-se na nossa newsletter
ASSINAR
Assinado com sucesso!
Oops! Something went wrong while submitting the form.